terça-feira, 20 de abril de 2010

Rendido

Não consigo contar quantas vezes já pensei em parar de tentar, seria mais fácil deixar que tudo continuasse igual. Passam-se os dias, as horas, os sorrisos, a raiva, os gritos, os amplificadores e rolês por onde já fui. Dos quilômetros que percorri para tocar, de todas as cidades e pessoas que já se amontoaram em lugares ermos ou mesmo em um quarto apertado de uma casa familiar na periferia. Com isso só me asseguro de que continuo no caminho certo. Entendo que agora, mais do que ontem, preciso ser forte, pois muitos desses já estão do lado daqueles que tiraram de seus pais e avôs tudo o que podiam. Simplificaram tudo, fazendo com que seu tempo fosse regrado por um padrão, sua vida por um código, seus sonhos por zero.

Mesmo assim, a cada dia que passa, vejo pessoas que se mostram em alguns momentos engajadas em movimentos sociais, apoiando às práticas de opressão trabalhista. E me lembro de algo que Rodrigo Ponce disse em algum show do Colligere "estamos aqui sendo rebeldes como num papel, mas amanhã todos voltamos a ser quem querem que sejamos".

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