Resgato para mim todos os suspiros jogados ao vento. Deles faço uma canoa onde me isolo do mundo e onde a teus pés desabo. Parafraseio e enceno, sucumbindo, o desespero, a insônia e o distanciamento de batidas de coração. Como em um sonho de uma noite de verão, passo a delirar e não compreender nada, além dos fatos de entendimento seletivo.
Respondo às minhas sinapses, que fiquem quietas, pois quero dormir. Inquietas, correm pela casa, lêem, gritam e escrevem. Com poucas paredes, constroem teu nome a meu redor. Sufocam a dor e aumentam o ardor das chamas. Necessito não necessitar de ti. Preciso não precisar sentir teu cheiro. Desejo não te desejar. Não quero mais sentir vontade de ti, pelo menos por algum tempo, pois já me foi dito que não podemos. Sem porquês, sem explicações, sem palavras. Muda.
quinta-feira, 19 de março de 2009
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