terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sim, você me conhece. Não tão bem quanto acha, nem tão pouco quanto eu queria. As vezes me faz mal isso, toda essa falsa intimidade, todos esses jogos sociais. Sei que tenta se manter longe o suficiente para eu não te tocar, mas daí vê o que faço e filma cada passo. De encontro com seus dedos e teclas, os meus vão quando ordenados, pois devem a ti, algo. Algo esse que se bem analisado se deve ao fato do meu suor escorrer em suas máquinas e respirar sobre seu ouro. Já falei sobre seu pecado moral antes, sobre suas mentiras e sobre os tapas nas costas. Nunca adianta de nada. Essas palavras nunca são lidas por quem deveria ler. Elas são rasas o bastante para não te fazerem entender. Mas em mim, aliviam um peso sem tamanho. O peso de saber que não posso deixar morrer. Não é sua verdade, nem o que estima. Por isso somos tão iguais. Nos tornamos diferentes em silêncio.

Me finjo de mais um que paga pelo silêncio. Me faço de normal e de nós me alimento. Eles travam minha garganta ao menos uma vez por dia, para que gritos não te rasguem a pele. Esse é o meu maior desejo, pelas mentiras, pelos e-mails, pelas piadas. Apenas mais um tapinha nas costas.