quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Movimentar

Encontro mais uma vez
muros rabiscados com nomes iguais ao meu.
Sinto o desconforto de viver trancado
em sonhos que não são meus.

Se a porta ficasse aberta
os medos podiam sair.
Os painéis apagados
ainda iluminam tudo que está perto.

E o problemas é perder a vida
dentro de uma caixa sem respirar.
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Eu sinto o peso de seus gritos sobre mim
e do fim voltam as sombras de suas mãos.
Em cada momento me sinto mais fundo
mas não quero voltar.

A única coisa que me faz feliz aqui é a segurança
saber que não há mais como descer.
Mas ao ver a luz quero escalar e sentir o frio
sem paredes ou mentiras.

Sem vendas sei que sempre vou cansar
mas não posso deixar morrer.
Ainda tenho força de gritar.
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A intolerância de suas mão ásperas ainda me afeta
se sou julgado é por não ser igual.
Anos se passam e me culpo por erros que não são meus.
Seus dias continuam congelados e isso basta.
Não quer mudar, nem olhar para trás.

Rígido se reforça com suas idéias perfeitas
seu status, seu valor.
Profissional até onde deve ser flexível
e tudo desaba, e tenta ser o pilar.
Ser indispensável e importante
se faz ser o próprio valor, pois não aceita estar fora.

Antes quando tudo era mais simples.
Antes quando tudo tinha um sabor.
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Entendo agora jogos complexos
e o amargar ao sentir dor.
Já sei tudo sobre o que é sofrer
em novas cinzas refazer.

De palavras bonitas crescendo
ouvindo o que é o correto fazer.
Seguindo de olhos fechados
sem direção e sem pensar.
Lucrando, tirando vantagem
mas esquecendo de sentir.

O vento no meu rosto faz o medo surgir.
Existe como fazer diferente.
Cada um faz a diferença.

Posso escolher o que sou.

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