quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Pt. 1

Entendo que quando os olhos se fecham a paz encontram
mas até hoje não precisei viver isso.
O medo desse momento é maior do que tudo.
Me sinto perdido ao pensar.
Dentro de mim se pinta de preto o mar
e minhas mãos de sangue.
Meus olhos choram vermelho
mas cada lágrima só é mais uma gota.

Espinhos a minha volta me protegem do mundo,
fico recluso na escuridão.
Tementes a mim se afastam.
Me fecho a cada dia,
protejo o que me torna vivo e ao mesmo tempo fraco.


Pt. 2

A porta se abriu depois de anos fechada.
Não me lembro de ter visto tal luz antes.
Emana raios de calor e serenidade
aquece o que há em volta.
Apesar do medo de me queimar entro receoso
naquele ponto nada mais tinha a perder.
A cada passo fico mais tranquilo
os espinhos vão diminuindo.

A princípio não entendi
mas o medo desapareceu junto com as lágrimas.
Adormecido por nuvens
o mar não clareou, pois esconde a angústia.
Porém minhas mãos estão sendo lavadas
meu coração respira suave.
De asas quebradas
caminho com a sinceridade sob meus pés.

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